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luna

Muitos me perguntam sobre nossos caminhos... 

Muitos tem as sensações de ter andado por entre eles, mas ainda trazem dentro de si o medo da programação que nos impuseram sobre a bruxaria.... 

Porgramações de horror, de medo, de tortura, de rituais macabros onde sacrificios de sangue são feitos a todo o tempo... 
Não, a bruxaria nada tem a ver com essa programação, somos seres do Universo plenos em nossos caminhos de amor, de paixão e dedicação a Natureza, preservamos e amamos o que é mais lindo em nós... "A VIDA" em sua totalidade... 
A vida nos trás a liberdade de escolhas, de sentimentos e ações... e isso é ser bruxa... 
Ser livre, ter asas para redescobrir cada mistério oculto dentro de nós mesmas... quem somos na verdadeira essência... 
Relembrar, Reviver, Reafirmar, a vontade de ser Livre, correr, cantar, sonhar, se deitar sobre a relva em uma noite de luar e reverênciar com toda a emoção a Grande Criadora de tudo o que temos.... Nossa Grande Mãe... 
Carinhos... Luna de Haya... 

Nova camada...

MITOLOGIA....
MITOLOGIA....

TEMPLO


LUGARES MÍTICOS.


Os nossos antepassados sentiram-se insatisfeitos frente a pobreza de acontecimentos que a sua vida quotidiana lhes deparava. Além disso, ao ignorar o verdadeiro alcance de certos fenômenos naturais, como o raio e o trovão que se produziam quando se desatava uma tempestade, em certas ocasiões sentiam incerteza e medo. Medo da morte, da fome, da doença, da imensidade do cosmos, do desconhecido e da solidão.

Já tinham o amparo e a compreensão do seu grupo e da sua própria família mas, no entanto, isto não era suficiente para fazer desaparecer a sua angústia e a sua preocupação.

Então dispõem-se a forjar na sua mente idéias que lhes proporcionem certa classe de serenidade e calma que, pelo menos, contenham em si próprias toda a energia do infinito, do imutável e do eterno. Necessitam da proteção, não só da do pai terrestre e progenitor, mas também da do pai celestial e criador.

Por outra parte, eles próprios chegavam um dia a ser pais terrestres e tinham ocasião de constatar a sua insignificância e insegurança. Ainda deveriam continuar à procura de algo grandioso e vigoroso, firme e seguro, que não achavam no seu interior. Ainda permanecia latente neles a sua ânsia de imortalidade, de infinidade, de eternidade. .. Tinha que continuar para a frente e descobrir outros mundos, outras mentes, outras ações excepcionais.


À SUA PRÓPRIA IMAGEM E SEMELHANÇA

Também observavam que existia ao seu redor uma variedade de coisas que, como podiam comprovar habitualmente, eles não controlavam. Por exemplo, viam que nenhum mortal podia mover o vento, nem parar o furacão, nem provocar as bravias ondas do mar, nem parar a erupção de um vulcão, nem fazer o dia ou a noite, nem apagar o brilho das estrelas.

Deste modo, imaginaram a existência de outros seres superiores e poderosos, que revestiram com os próprios atributos humanos mas que, não obstante, ultrapassam qualquer medida, cânon ou norma conhecidos.

Assim, os deuses superavam os homens em estatura e em beleza, e embora o seu aspecto externo se assemelhasse corporalmente ao dos humanos, no entanto, o seu vigor era tal que se, por exemplo, o grande Zeus, pai de todos os deuses, "sacode os seus divinos caracóis", como dizem os poetas greco-latinos que colheram as façanhas e as andanças dos deuses nas suas obras, "treme o Olimpo inteiro".

De três passos salva enormes distâncias Possêidon - o deus do mar -, a quem as águas lhe abrem caminho quando o ordena.

Num instante a deusa das artes, Palas Atena, é capaz de saltar do Olimpo para as mesmas praias de Ítaca.

Tudo o que os mortais e os humanos fazem é advertido pelo poderoso Zeus que, do seu trono no Olimpo, vigia com persistência.

Os deuses têm as mesmas necessidades que os humanos. Necessitam descansar e alimentar-se, embora possam aguentar muito mais tempo do que os mortais sem comer nem beber. O néctar e a ambrosia constituem o seu único alimento. Também se cobrem com vestidos de belas e ricas telas e, na sua escolha e desenho, participam ninfas e deusas.

A visão dos deuses tem um alcançe além da de qualquer mortal. O seu ouvido é tão aguçado que não tem limites pois, dos mais recônditos e afastados lugares, se lhes dirigem preces e súplicas sem que por isso seja requerida a sua presença.


IMORTAIS E PUROS

Embora os deuses tivessem um corpo similar ao dos seres humanos, no entanto não nasciam, cresciam ou se desenvolviam como eles.

O mesmo Apolo, por exemplo, como Temis -personificação das leis sagradas e da conduta a seguir- dispõe-se a dar-lhe pela primeira vez o néctar e a ambrosia, passa de recém-nascido a jovem em poucas horas. Pleno de faculdades, escolhe como atributos, para nunca abandoná-los, o seu arco e a sua lira.

Sucede a mesma coisa com Hermes ou Mercúrio, deus do comércio e das transações monetárias e dos que praticam as artes liberais, que apenas acabava de nascer quando já tentou roubar os rebanhos ao próprio Apolo, o cetro ao poderoso Zeus, o tridente a Ártemis e a cinta a Afrodite. Isto faz com que também seja considerado o deus dos ladrões e vigaristas. Apesar de que também tentou roubar o raio a Zeus e, ao queimar-se, teve que ceder no seu empenho, o rei dos deuses perdoou-lhe e até o trouxe para o Olimpo para atuar como o seu assessor e conselheiro. Claro que antes já tinha derrubado Eros ou Cupido para subtraír-lhe as flechas e a sua funda, o qual pode explicar a falta de afeto e amor em determinadas épocas históricas.

No entanto, a maior vantagem que os deuses possuem sobre os humanos não é, unicamente, a sua eterna juventude e beleza e a total ausência neles de qualquer doença, mas na sua infinita presença, a sua imortalidade. Os deuses não envelhecem, nem perdem faculdades, físicas ou espirituais, nem morrem. Eis aqui a grande diferença entre eles e os humanos.

Embora em alguma ocasião, os deuses possam cometer alguma patifaria derivada da inveja ou dos ciúmes, a verdade é que odiavam a injustiça e a maldade: desprezavam o impuro e castigavam os humanos que infringiam as normas morais e éticas.


O ENCANTO DO OLIMPO

O louvor de alguns lugares, carregados de sedução e beleza, não cessa. Renascem na história uma e outra vez; mas nenhum se igualará ao Olimpo, a grande montanha situada nos confins de maciços e cordilheiras inacessíveis e recônditos.

Além do Olimpo de Tessália -cuja cima se achava a três mil metros de altura, pelo que sempre se encontrava coberto de neve, "o nevado Olimpo" e oculto pelas nuvens-, na Grécia, cercado por cadeias montanhosas como a de Ossa, e por profundas gargantas como a de Selemvria, também havia outros lugares que se associavam com a fantástica morada das deidades poderosas. O primeiro destes lugares se achava à beira do lago de Apolônia, na região de Missia. O segundo em Chipre, o terceiro em Elide e, finalmente, em quarto lugar mencionou-se a idílica terra da Arcádia. A altura de todos os montes indicados era superior a dois mil metros e, para chegar às suas empinadas cimeiras, os deuses se "remontavam pelo ar até alcançar as alturas do Olimpo".

O Olimpo, não obstante, constitui-se na primeira "utopia" (vocábulo que literalmente significa "não há lugar") de todos os tempos:

- No pórtico do Olimpo se sentam os deuses para celebrar o Conselho. Uma aura dourada os envolve e protege, pois "a Aurora de amarelados véus já se espalha por toda a terra quando Zeus, amo do trovão, reuniu a assembléia de deuses na mais alta cimeira do Olimpo".
- "Ontem foi Zeus ao Oceano, ao país dos povos etíopes, para assistir a um banquete, e todos os deuses o seguiram. Daqui a doze dias voltará para o Olimpo". E é que sempre se retorna ao Olimpo, pois só lá se encontra a serenidade depois da excitação, a calma depois da tempestade. ..

- No Olimpo encontra-se o leito do grande e poderoso Zeus. Ouçamos o que nos diz o cantor Homero a este respeito: "Mas quando a fúlgida luz do sol chegou ao ocaso, os deuses foram a recolher-se para os seus respectivos palácios que tinha construído Hefesto, o ilustre coxo de ambos pés, com sábia inteligência. Zeus Olímpico, fulminador, se encaminhou para o leito onde costumava dormir quando o doce Sono o vencia. Subiu e deitou-se: e a seu lado descansou Juno, o de áureo trono".

- O Olimpo é também o lugar ideal para saborear o maravilhoso manjar -a ambrosia- e o doce néctar, licor delicioso que, consumidos pelos deuses, fazem com que estes se mantenham eternamente jovens. O próprio Hefesto, em certas ocasiões, se encarrega de encher as crateras ou grandes ânforas e servir "o doce néctar" às restantes deidades: "Hefesto pôs-se a servir doce néctar para as outras deidades, tirando-o da cratera, e um riso inextinguível levantou-se entre os bem-aventurados deuses ao ver com que afã os servia no palácio".

- As jovens ninfas vão ao Olimpo para suplicar ao grande Zeus. Também os humanos pedem ajuda aos deuses do Olimpo e solicitam a sua ajuda, pois de lá se decide a sorte dos homens. Assim, tudo se encontra submetido aos deuses do Olimpo.

- O Olimpo estende-se e alarga-se e chega até a região do éter, por cima dos astros visíveis, com o qual já nada poderão os elementos, nem subirá a Aurora para anunciar o dia aos deuses, nem existirá fronteira nenhuma que delimite a mansão das deidades. No verso 412 do canto II de "A Ilíada" podemos ler o seguinte: "Zeus poderoso, que amontoas as sombrias nuvens e vives no éter!".


MORADA DE DEUSES

No Olimpo os deuses têm os seus palácios majestosos e as suas mansões suntuosas. Entre todas as edificações destaca-se, pela sua grandiosidade, o belo palácio do grande Zeus, pai dos deuses e dos humanos. Tinha sido construído por Hefesto, o deus do fogo, e ocupava um lugar privilegiado.

Também outras deidades, que moravam nos picos e cristas do Olimpo, tinham palácios em tão idílico lugar.

O Olimpo era, de resto, o lugar apropriado para que as assembléias dos deuses se levassem a cabo com a presença das deidades superiores e de segunda ordem. A falda do Olimpo estava ocupada por efebos, ninfas, heróis e musas.

No Olimpo os deuses não só deliberam, mas também se divertem e entretêm. O esplêndido palácio de Zeus os acolhe, em ocasiões, para comer em comunidade. Hebe -a deusa da juventude- servirá o suave licor ou néctar, pois tal é a missão que o seu pai Zeus lhe tinha encomendado. Mas num dia fatídico, a bela Hebe não pode com o jarro atestado de líquido e este escorrega das suas finas e delicadas mãos, partindo-se em mil pedaços. Este contratempo trará consigo a expulsão de Hebe, por parte de Zeus, na presença dos outros deuses. A partir de agora a substituirá um belo rapaz; trata-se do jovem efebo Ginimedes, conhecido como "o copeiro dos deuses", e o mais belo dos mortais.

Durante os seus banquetes, os deuses ouviam a cítara melodiosa de Apolo e as doces canções das nove musas, que tinham chegado ao Olimpo no cavalo Pegaso que, graças às suas asas, alcançava velocidades vertiginosas. Quanto a Apolo, personifica a claridade e a luz e era filho de Zeus. Era, depois deste, o mais importante dos deuses do Olimpo e preservava os mortais da escuridão e do crime.

Apolo sempre levava a sua lira na mão e, numa ocasião, colocou duas orelhas de burro ao legendário rei Midas -aquele que tinha pedido aos deuses como desejo que lhe concedessem o dom de converter em ouro tudo o que tocasse; a conseqüência direta foi que teve que voltar atrás, pois caso contrário teria morrido de fome, dado que o ouro não servia como alimento- porque este tinha manifestado que preferia a música da flauta de outros deuses ao som harmonioso da lira de Apolo.

As diferentes deidades, para manter no possível a sua similitude com os humanos, se encontram unidas no Olimpo e formam uma comunidade celestial, à frente da qual se encontra Zeus, rei dos deuses e pai dos homens. Os deuses dos oceanos e das águas devem obediência a Possêidon e os deuses do mundo subterrâneo e da terra se encontram às ordens de Hades -deus das profundidades e dos mortos- ao qual os mortais não chamavam pelo seu nome, quando desenvolviam ritos em sua honra, com medo de enfurecê-lo. Preferiam chamar-lhe Plutão "O Rico", porque todos os metais da terra lhe pertenciam, ou Clímeno "O Ilustre"; epíteto ou título -este último- que se usava com a única intenção de adulá-lo.


EXPULSÃO DO OLIMPO

Como a sociedade dos humanos, também a comunidade dos deuses se encontra repleta de episódios que implicam desacordos e intrigas.

Em alguns casos, o castigo imposto é a proibição de continuar morando no Olimpo, como uma espécie de desterro. Mas existem ocasiões em que só prevalecerá a lei do mais forte e, pelo mesmo motivo, torna-se necessário o uso da força. Um exemplo disso é o mito dos maus ventos, muito especialmente o personificado pelo monstro Tifão que, segundo as lendas, nasceu ao nível dos fortes desacordos e discussões havidas no Olimpo, entre Zeus e a sua esposa Hera, considerada a rainha do Olimpo. Esta enfureceu-se tanto por causa da troça de que era objeto por parte de Zeus - que sempre procurava outros amores- que, num arrebato de ciúmes, engendrou o monstro. O seu corpo é tão gigantesco que nenhum humano, nem filho da terra, o iguala em tamanho.

Tifão, além disso, dava com a sua cabeça nas estrelas, e a sua voluminosa figura era superior à dos maiores montes. Se estendesse as suas extremidades superiores, com uma mão chegava ao Oriente e com outra ao Ocidente. Os seus dedos e as suas pernas estavam compostos por cabeças de serpentes e víboras. O seu corpo era alado e pelos seus olhos lançava fogo.

Tifão infundia tanto medo que todos os deuses fugiam ao vê-lo; só o poderoso Zeus se atrevia a enfrentá-lo. Feriu-o com os seus raios e com o seu gancho de aço mas, no entanto, não conseguiu abatê-lo completamente. O monstro Tifão, por sua parte, conseguiu infligir um duro golpe a Zeus ao cortar-lhe os seus tendões. Ocultou-os numa pele de urso e encarregou a sua custódia ao dragão Delfine, enquanto o próprio Tifão se encarregava de encerrar o deus Zeus numa cova da região de Cilícia.

Mas Hermes -que, como já sabemos, tinha muita manha para roubar-, em companhia de Pã -deus dos rebanhos e que percorria os montes de forma veloz, sem necessidade de descanso-, recuperou os tendões. Ambos conseguiram colocá-los de novo no corpo do divino Zeus e este recuperou imediatamente toda a sua força e perseguiu Tifão até conseguir vencê-lo completamente. Sepultou-o debaixo do vulcão Etna e, segundo contam os relatores de mitos, desde essa altura cada vez que aquele entra em erupção é como se o monstro Tifão vomitasse fogo e enxofre.

Encontramos um exemplo da expulsão do Olimpo na lenda de Ate, deidade da discórdia; esta teria conseguido, por meio de intrigas, que Hera conseguisse enganar Zeus evitando assim que o trono de Argos fosse para Héracles /Hércules, o maior dos heróis de então. Mas, quando o ardil foi descoberto pelo pai dos deuses e dos homens, a cólera apoderou-se dele e expulsou a malévola Ate do Olimpo, malcriadamente. Desde então, anda errante pelos lugares dos humanos e é conhecida como inspiradora do dano e do mal.


O PARNASO

Existem outros lugares que serviram de refúgio aos deuses e que aparecem repletos de lendas.

Alguns deuses se caracterizavam por uma febril atividade e, quando chegava a estação estival, se encarregavam de repartir calor e luz por todos os lados. Tal era o caso de Apolo -deus da medicina, da poesia e da música, protetor dos campos e dos pastores e dos seus rebanhos- que vivia nas altas cimeiras do Parnaso, em companhia das Musas. Se ocupava de ensinar-lhes a arte da adivinhação na qual era muito experiente. Diz-se que lia o futuro e, por isso, foi encarregado de confeccionar as respostas do Oráculo de Delfos.

O Parnaso encontrava-se num monte extenso da região da Fócida. No início da Primavera era atravessado por uma torrente de água, que corria até o anfiteatro de Delfos e se introduzia nos verdes vales de Plastos, até inundá-los.

A íngreme cumeeira do Parnaso, segundo contam as lendas, serviu de refúgio aos filhos de Prometeu, que se salvaram de morrer afogados quando Zeus decidiu acabar com os humanos por meio da chuva. Mas as águas não alagaram o Parnaso e, pelo mesmo motivo, a espécie humana não sucumbiu.

No sopé do monte Parnaso encontrava-se a fonte de Castália, cujas águas tinham a propriedade de inspirar os que lá bebessem. Por isto era um lugar visitado freqüentemente pelos poetas à procura da sua musa.

Os relatos mais antigos explicam que a fonte recebeu o nome de Castália em memória de uma jovem de Delfos. Como esta fora perseguida pelo apaixonadiço Apolo, e não tendo intenção de ceder às pretensões do mulherengo deus, preferiu atirar-se para a água e assim perecer afogada.


SOB OS CAMPOS ELÍSEOS

Se o Olimpo é o monte sagrado e representa com a sua verticalidade para o celeste o sentido da transcendência, se é morada de deuses e musas, se nas suas cimeiras -ocultas aos olhos dos humanos- se une o céu com a terra, e se das suas extremidades parte a linha vertical que atravessa o imenso cosmos, se é um lugar desejado, se também é centro de reuniões festivas e decisivas, se, enfim, é o lugar idôneo para dar rédea solta à imaginação e à criatividade... nem por isso constituía o único lugar de estadia de musas, heróis e deidades.

Por outra parte, se existia uma linha divisória entre o céu e a terra, situada nas alturas, também haveria que traçar as fronteiras do mundo por baixo. Desta forma, se cria um cosmos perfeitamente estruturado onde os homens da antiguidade clássica acham a necessária variedade e diversidade de vida e de fatos.

Deste modo, nascerão os lugares subterrâneos e de perdição, aqui serão desterrados os que enfrentaram os deuses do Olimpo.

Estes sinistros lugares se encontravam situados sob a mansão dos chamados bem-aventurados, pois tinham salvo as suas almas das graves penas que deviam ter esperado no Hades.
A mansão que acolhia os bons, depois da sua morte, chamava-se "Os Campos Elíseos". A sua extensão era enorme e o seu terreno estava formado por verdes prados e por árvores de folha perene. Se cultivava qualquer classe de frutos nos seus férteis hortos e corria a suave brisa de um vento que Céfiro -a personificação do vento benigno do oeste- enviava com profusão. Só se ouvia o murmúrio dos arroios serenos e tranquilos e o canto dos pássaros de variadas cores. Tudo em "Os Campos Elíseos" era harmonia e calma. Nada, nem ninguém, turbava o merecido descanso dos bem-aventurados. Enfim, se tratava de um lugar paradisíaco, onde não encontravam lugar nem a velhice, nem a morte, nem a dor, nem a ruindade, nem o ódio, nem a inveja...

Sob "Os Campos Elíseos" se encontravam as moradas subterrâneas e as terras escuras e abissais da noite: os "Infernos" ou o "Tártaro".

No "Tártaro" eram precipitadas as deidades que desobedeciam as ordens e os mandatos do poderoso Zeus. A sua profundidade era tal que, segundo explica Hesíodo na sua obra "Teogonia", uma bigorna de bronze que arrojássemos da terra demoraria nove dias e nove noites em entrar no "Tártaro".

A tão tenebroso lugar foram parar os Titãs que se enfrentaram com Zeus. De lá ninguém podia escapar, pois se encontrava fechado com grandes portas de ferro e delimitado por três enormes muros de bronze.

Além disso, dois caudalosos e imundos rios, que exalavam um cheiro nauseabundo, rodeavam o "Tártaro". Para poder chegar ao lúgubre e sombrio lugar de morte e desolação era necessário atravessar as lodosas águas. Para tal empresa, tornava-se necessário contratar os serviços de um cruel personagem, o barqueiro Caronte, que exigia aos mortos, ainda não sepultados, que lhe pagassem pelos seus serviços. Se não tinham suficiente dinheiro, batia-lhes com os seus remos e fazia-os descer da sua barca, de maneira que vagariam de um lado para o outro, sem nunca conhecer nenhum repouso.

Esta tenebrosa morada subterrânea, à qual acudiam todos os malvados, permanecia, além disso, resguardada por um feroz vigilante, o Cerbero; um enorme cão de três cabeças que afastava com os seus triplos alaridos todos os vivos que pretendessem entrar no "Tártaro" e, ao mesmo tempo, impedia que saíssem as almas dos condenados.

O "Tártaro", de resto, constituía o domínio de Hades /Plutão -deus dos infernos, que herdou o mundo subterrâneo e governa os mortos-, que é temido como mais repugnante e terrível dos deuses.

No "Tártaro" também se encontram prisioneiros os gigantes que tentaram ofender a mãe de Apolo. O seu castigo consistia em contemplar uma fonte de águas cristalinas e uma árvore carregada de frutos mas dos que não podiam aproximar-se, apesar de estarem morrendo de sede e de fome.

Também se encontram no "Tártaro" as Danaides - filhas de Dânae que mataram os seus maridos -; exceto uma delas, todas as restantes foram condenadas aos infernos, onde se esforçam em encher de água um poço sem fundo.

O "Tártaro" estava repleto de infelicidade, remorsos, doenças e misérias.

Lá se encontravam:

- A Guerra, jorrando sangue.

- A Miséria, vestida com andrajos.

- Todos os monstros imagináveis.

- Quem tinham odiado e maltratado os seus pais ou irmãos.

- Os traidores e mentirosos.

- Os servidores infiéis.

- Os avarentos.

- Os governantes, reis e príncipes que tinham levado os seus países a guerras injustas.


FLEGETON, TENARO, EREBO, ORCUS, AQUERONTE

Os únicos personagens aptos para administrar justiça, por dizer de alguma forma, eram Minos -rei de Creta- e o seu irmão Radamantis, e também Eaco, que governava a ilha de Egina.

Tinha delegado o poder o deus dos abismos subterrâneos, isto é, Hades /Plutão, porque gozavam de grande honorabilidade. Todas as almas dos mortos tinham que comparecer perante o tribunal formado por estes três personagens implacáveis.

Os condenados aos tormentos do Tártaro já não poderiam abandonar tão sinistro e infernal lugar, que permanecia delimitado por todos os lados não só com sólidas fortificações e muros, mas também pelo caudaloso e profundo rio Flégeton que, em lugar de água, levava fogo e pedras de grande tamanho que, ao chocarem, produziam um ruído apocalíptico.

O rio que as almas dos mortos tinham que atravessar, sempre que o barqueiro Caronte estivesse disposto a isso, para serem julgadas em nome de Hades /Plutão, recebia o nome de Aqueronte. As suas águas pestilentas eram a personificação de um filho de Hélios /Sol e de Gêia /Terra, chamado Aqueronte, e o qual, segundo narram todas as lendas, foi castigado pelo poderoso Zeus -converteu-o em pestilento rio subterrâneo- porque tinha dado de beber aos Gigantes quando estes lutavam contra aquele para conseguir o domínio do mundo. Como se sabe, a vitória final foi para o grande Zeus.

Outro dos lugares míticos, associados com o Tártaro e o infernal, era a rocha da região de Lacônia que albergava, num das suas extremidades, uma escabrosa cavidade da qual emanavam todas as classe de maus e nauseabundos cheiros. Julgava-se que na sua abissal profundidade estava o Tártaro e uma boa prova disso era o tufo vaporoso que saía pela boca da caverna escura. Este escabroso penhasco era conhecido por todos os habitantes da citada região com o nome de Ténaro.

Sucedia a mesma coisa com o Erebo, que se tinha por filho do Caos e por personificação do tenebroso, da noite e do sombrio.

Também o nome de Orcus /Orco se associa, com freqüência, com o Tártaro e os infernos. Às vezes é definido como uma deidade que governa o reino da morte. O sentido da frase "enviar para o Orco" significaria mandar alguém para a tétrica mansão dos mortos.

Deuses e heróis superam os humanos em beleza, em juventude e em vigor.